quarta-feira, 19 de agosto de 2009

TRISTEZINHA DA SEMANA 7

POESIA DE GAVETA

Nossas lembranças estão condenadas.
Fadadas a viverem por trás de uma redoma ultrapassada.
Redoma que fica obsoleta, mas não envelhece.
Minha fotografia de hoje não envelhece junto comigo como a de outrora, cujo os buracos de traças e bordas carcomidas falavam em particular, aos meu dedos. Me fazia refletir sobre o que fiz da vida desde o dia daquele flash, até o exato momento de agora. Ela era como eu: vulnerável.
O cheiros interagiam, num comparativo desgostoso em compasso com as horas.
Sua cor, também amarelada, tornava possível me reportar quase que fisicamente aquele passado.
Hoje não mais. Me vejo de cera. Frente a uma tela. Como se os anos não surtissem efeito. Desconheço até que ponto sou real, ali.
Não confio em nada que se mantém imune ao tempo
O que não envelhece não está vivo.
Só o papel dos álbuns paginados, provam de corpo e alma o verdadeiro valor de uma saudade.